A ausência dos deputados federais e senadores, talvez “esquecidos” pela organização, foi a nota desafinada que arranhou a solene abertura do Seminário Internacional da Rota Biocêanica e do 6º Foro de Los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico. Quem foi na terça-feira, 18, ao Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, estranhou: não havia um representante sequer da bancada federal entre os ilustres convivas do evento, que discute as medidas e ações em conjunto do Comitê Gestor dos Municípios da Rota Bioceânica.

Ao todo, a bancada federal de Mato Grosso do Sul é constituída de oito deputados e três senadores. Faltou à organização do seminário não ser traída pelo esquecimento e ao menos convidar, ainda que por delicadeza ou protocolarmente, um destes 11 congressistas, que este ano são liderados pela senadora Soraya Thronicke (Podemos). Ela poderia representá-los e com isso carimbar a importância do acontecimento.

Afora as regras de protocolo e relações públicas, há um detalhe de enorme significado a realçar a necessidade destas 11 presenças: a bancada federal vai dispor de quase R$ 50 milhões para as emendas individuais ao Orçamento Geral da União (OGU), uma fornada de recursos indispensáveis para potencializar Mato Grosso do Sul como protagonista político, social e econômico no âmbito do Corredor Bioceânico. 

Segundo a senadora Soraya Thronicke, as perspectivas de impulso ao desenvolvimento, alinhadas às operações alicerçadas no eixo do Corredor Bioceânico, são as mais animadoras e impõem ações bem articuladas entre todas as forças políticas, governamentais, sociais e empresariais. Porém, de qualquer forma, o evento, programado para encerramento quinta-feira, 20, atraiu prefeitos e autoridades sul-mato-grossenses, paraguaias, chilenas e argentinas.  

Foi Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, quem abriu o seminário, enfatizando os impactos positivos que o projeto vai produzir nas economias dos países latino-americanos. “Os senhores e senhoras podem ter certeza que as empresas do mundo, principalmente, no mercado asiático, olharam diferente para a Rota Bioceânica, que provavelmente será a grande alternativa competitiva ao Canal do Panamá. Este movimento até o momento está colocando a Rota numa posição estratégica ainda mais importante”, disse Verruck.