O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou inquérito para apurar os impactos à saúde e ao meio ambiente provocados pelo transporte de minério de ferro em Ladário, a 457 km de Campo Grande. A investigação, conduzida pela 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá, foi publicada no Diário Oficial da instituição de 4ª feira (24.mar.25).

A apuração teve início após denúncias de moradores da Rua Frei Liberato e região, que relataram poluição sonora, poeira em excesso e aumento de doenças respiratórias. As queixas foram formalizadas em ofício assinado por mais de 30 pessoas.

Segundo o promotor de Justiça Pedro de Oliveira Magalhães, titular da 2ª Promotoria, os relatos incluem “irritação nos olhos, sangramentos nasais, coceiras na pele e aumento de doenças respiratórias e cutâneas, devido à falta de umidificação adequada da via”.

Um laudo elaborado pelo Núcleo Regional de Criminalística confirmou os problemas apontados pela população. A perícia identificou poeira em excesso, ruído acima dos níveis permitidos e formação de lama nas vias, resultado da tentativa de reduzir a poeira com aspersão de água.

Principais constatações do laudo pericial:

Poeira: Afeta a visibilidade, acumula partículas nas casas e compromete a qualidade do ar.

Lama: A umidificação das vias gerou excesso de umidade, dificultando o tráfego e aumentando riscos de acidentes.

Poluição sonora: Ruídos intensos causados pelo tráfego constante de caminhões podem provocar estresse, distúrbios do sono e problemas auditivos.

Saúde da população: A exposição contínua à poeira pode agravar asma, bronquite e outras doenças respiratórias, além de causar irritação nos olhos e pele.

Impacto ambiental: A poeira compromete a vegetação e o escoamento de sedimentos pode atingir cursos d’água próximos.

Diante dos indícios, o MPMS solicitou informações ao município de Ladário e determinou a realização de nova perícia na região.