O PT de Mato Grosso do Sul realizou na manhã de sábado (05.abr.25) na Federação dos Trabalhadores em Educação (Fetems), em Campo Grande, um encontro para debater o seu Processo de Eleições Diretas, que escolherá em junho próximo os dirigentes municipais, estaduais e nacionais. Bastante concorrido, com cerca de 300 lideranças da Capital e do interior, o ato deu uma demonstração de força e unidade do partido.

Todas as correntes do partido participaram do encontro, inclusive a Articulação de Esquerda (AE) – da deputada estadual Gleice Jane, uma das candidatas à presidência do Diretório Estadual -, representada por Elaine Becker, sua coordenadora. A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), do outro candidato, o deputado federal Vander Loubet, foi representada por Cris Sant Anna. Representaram as demais correntes o deputado estadual Pedro Kemp (Avante), o servidor público Sandro Omar Santos (Resistência Socialista), o ex-deputado federal João Grandão (Democracia Socialista) e o professor Jaime Teixeira, presidente da Fetems (Movimento PT).

Das cinco alas partidárias, cinco estão apoiando Vander Loubet para presidente. Só a Articulação de Esquerda mantém a candidatura de Gleice Jane, embora o cenário de disputa não configure qualquer desentendimento capaz de quebrar a unidade interna. “Estamos buscando o consenso total. Mas isto não tira a legitimidade e o direito de outra chapa se apresentar”, salientou Vander. “Não estamos em disputa de nomes, mas de caminhos específicos em busca de um mesmo objetivo, porque nossa unidade não está em jogo”, completou Elaine.

TRADIÇÃO DEMOCRÁTICA
Para Zeca do PT, Cris Sant Anna, Sandro Omar Santos e João Grandão, a tradição da disputa interna no PT é limpa e democrática, tem seu regramento nos estatutos e constitui um dos principais elementos para a composição dos alinhamentos estratégicos e programáticos. “Nossa pauta aqui é absolutamente programática. Temos compromissos com o combate à miséria, à fome, ao fascismo, à desigualdade, enfim, com todas as ameaças à democracia”, pontuou Kemp.

Zeca alertou sobre a importancia da unidade partidária, chamando a atenção para o avanço da direita e da extrema-direita. Ao enfatizar que o bolsonarismo cresceu mais que o próprio Jair Bolsonaro, a quem considera praticamente fora do baralho, Zeca conclamou: “O PT é o fio condutor da esperança e da energia do regime democrático brasileiro. Por isto é preciso que o PT se fortaleça. Além de reconquistarmos a estreita aproximação com os movimentos sociais, também fortalecemos o campo democrático, que é o único capaz de barrar a marcha das forças antidemocráticas”.

Segundo Vander Loubet, o terreno para um entendimento é dos mais favoráveis. Ele destaca o protagonismo marcante da corrente Articulação de Esquerda não só na construção do partido e nas ações políticas, como também na governança. E citou os avanços nos dois governos de Zeca do PT, compondo com ideias e militantes a criação e a execução de programas que transformaram Mato Grosso do Sul, como o Fundersul, o Che-Roga Mi (de casas populares), o Bolsa Família e os fundos do Estudante e do Atleta, entre outros.