A Câmara Municipal de Campo Grande está intensificando esforços para a duplicação da BR-163, rodovia federal que atravessa Mato Grosso do Sul.
A rodovia é conhecida como “rodovia da morte” devido à falta de segurança, com 865 acidentes e 74 mortes em 2024.
A concessionária CCR MS Via, responsável pela rodovia, cobra pedágio há 11 anos, mas duplicou apenas 150 km dos 800 km previstos.
Em audiência pública realizada em 7 de abril, o presidente da Câmara, vereador Papy, afirmou: “Nós queremos resolver problemas que doem na vida da população e esse é um deles”.
O vereador também destacou que o Legislativo municipal está unindo forças com as bancadas estadual e federal para buscar soluções para o problema. “Ao longo desses anos, não conseguimos fazer a duplicação completa da BR-163. Estamos juntos para cobrar das autoridades federais uma solução concreta”, apontou Papy.
O principal motivo da insatisfação é o descumprimento do contrato por parte da CCR MS Via, que não duplicou a rodovia conforme estabelecido. “O destaque dessa audiência foi provocar esse debate com a população, que é quem mais sofre com a falta do investimento da CCR”, disse Papy.
Papy ainda enfatizou a importância da parceria para a realização da audiência. “Temos que unir forças, para podermos falar juntos desse tema que é importante para todo o nosso Estado”.
A audiência contou com a presença de deputados estaduais e federais, além de prefeitos e vereadores de diversas cidades da região.
A BR-163 corta 21 municípios de Mato Grosso do Sul e afeta 1,3 milhão de pessoas, mas apenas 18% da duplicação foi concluída.
As obras, que pararam em 2018, deixam a rodovia ainda insegura, mas o pedágio continua sendo cobrado da população.
A preocupação agora é com o leilão previsto para o dia 22 de maio, que pode resultar na renovação do contrato com a CCR MS Via até 2054. “O novo contrato não garante a duplicação total da rodovia e pode permitir o aumento do valor do pedágio”, alertou Papy.
Diante disso, a Câmara Municipal decidiu entrar com um pedido ao Ministério Público Federal (MPF) para apurar as irregularidades no contrato. “Vamos ingressar com pedido para que o MPF apure as irregularidades e a inadimplência do contrato, além de pedir a suspensão do leilão e do pedágio até que as questões sejam esclarecidas”, anunciou Papy.
O debate é um desdobramento de outra audiência pública liderada pelo vereador Professor Riverton, que tratou dos problemas enfrentados pelos moradores da região do Jardim Noroeste e Chácara dos Poderes. “É mais um problema antigo que precisamos encarar de frente e buscar uma solução”, comentou Papy.
“Se for através do novo contrato, que ela ofereça segurança para a população de Campo Grande e do MS, que não se negam a pagar pedágio desde que trafeguem numa rodovia duplicada e com serviços de qualidade que ofereçam segurança”, concluiu o presidente do legislativo campo-grandense.