Qualquer processo envolvendo o contrato de compra e venda da Eldorado segue sendo decidido no Brasil

Corte Internacional rejeita pedido da Paper de tirar o caso Eldorado do Brasil
Sede da Eldorado Brasil em Três Lagoas. (Foto: Divulgação)

A empresa sino-indonésia Paper Excellence perdeu uma batalha judicial contra a Eldorado Brasil Celulose na Corte Internacional de Arbitragem da CCI (Câmara de Comércio Internacional). Decisão da Corte foi por manter a disputa no Brasil. O pedido da Paper, feito em janeiro, era de o caso ser julgado no exterior, alegando necessidade de uma “jurisdição neutra”.

A Corte Internacional de Arbitragem da CCI rejeitou o pedido da Paper Excellence para transferir o caso Eldorado Brasil Celulose para fora do Brasil, mantendo a disputa no país. A decisão é uma derrota para a estratégia da Paper, que já enfrentou várias derrotas judiciais no Brasil. A empresa alegava que decisões judiciais brasileiras eram fruto de assédio judicial, mas a CCI decidiu que o caso deve continuar sendo julgado em São Paulo, conforme o contrato original.

O contrato em disputa, no entanto, definia a CCI São Paulo como foro para a resolução de controvérsias. Com a decisão da Corte, portanto, qualquer processo envolvendo o contrato de compra e venda da Eldorado segue sendo decidido no Brasil.

Assim, novo procedimento arbitral terá que ser iniciado em São Paulo, caso a Paper Excellence decida ir adiante com uma nova arbitragem na mesma sede onde já correm outras três sobre a mesma disputa.

A decisão da CCI é uma derrota na estratégia da Paper Excellence de tirar o caso Eldorado do Brasil, após somar ao menos 20 derrotas em processos judiciais e administrativos no país só no ano passado.

A Justiça, o MPF (Ministério Público Federal), a AGU (Advocacia-Geral da União) e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) têm entendido que a Paper não pode assumir a Eldorado, porque não obteve as autorizações prévias exigidas na lei para a aquisição e o arrendamento de terras por estrangeiros.

O MPF move uma ação civil pública em que pede que o contrato de venda da Eldorado seja considerado nulo por esse motivo.

Em sua petição à Corte em Paris, a Paper Excellence alegava que essas decisões são fruto de assédio judicial da J&F que impedem o cumprimento de uma sentença arbitral de 2021, que ordenou que a brasileira transferisse 100% das ações da Eldorado para a estrangeira.

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