O dólar à vista caiu 0,27% nesta sexta-feira (23), cotado a R$ 5,64, após o governo federal recuar sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre investimentos no exterior, que havia sido anunciado na véspera como parte de um pacote para elevar a arrecadação.
A medida foi revista depois de críticas do mercado, que alertou para possíveis efeitos negativos na entrada de capitais. O recuo gerou alívio entre investidores, embora tenha reforçado a percepção de instabilidade nas decisões econômicas. A queda da moeda também refletiu tensões externas, após o ex-presidente Donald Trump (Republicano) anunciar tarifas contra produtos da União Europeia e ameaçar sobretaxar iPhones não fabricados nos Estados Unidos.
Na quinta (22), os ministérios da Fazenda e do Planejamento anunciaram o bloqueio de R$ 31,3 bilhões do orçamento e o aumento do IOF para gerar mais R$ 20,5 bilhões ainda em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. O mercado considerou o bloqueio positivo, mas avaliou a elevação do IOF como paliativa. A reversão parcial da medida, confirmada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, aconteceu após reações negativas de agentes financeiros, que classificaram a proposta como sinal de improviso e risco para a estabilidade da política econômica.
Apesar da incerteza, o mercado de ações reagiu com otimismo moderado. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subiu 0,40% e fechou aos 137.824 pontos. Ao longo da semana, o índice chegou a bater o recorde de 140 mil pontos, mesmo acumulando queda semanal de 0,98%. No mês, o índice avança 2,04% e, no ano, acumula alta de 14,58%.
Com a queda desta sexta-feira, o dólar acumula recuo de 0,40% na semana, baixa de 0,55% no mês e perda de 8,64% no acumulado de 2025.
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