O dólar subiu 0,23% e fechou cotado em R$ 5,49 nesta terça-feira (17), após passar boa parte do dia em queda. O aumento reflete a tensão provocada pela guerra entre Israel e Irã, além da expectativa pelas decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. A Bolsa de Valores encerrou em queda de 0,30%, aos 138.840 pontos.
A escalada do conflito no Oriente Médio gera receio nos mercados, que passaram a buscar ativos considerados mais seguros, como o dólar. A guerra já dura cinco dias e preocupa líderes mundiais. Israel lançou um ataque surpresa na sexta-feira (13) contra alvos militares e nucleares do Irã, que respondeu com mísseis sobre áreas residenciais e instalações de petróleo israelenses.
O aumento do preço do petróleo também pressiona o câmbio. A commodity subiu mais de 4% nesta terça-feira, puxada pelo risco de interrupção no fornecimento global. O temor é que os ataques atinjam o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo consumido no mundo.
Além da tensão internacional, investidores aguardam as decisões de juros na chamada “Superquarta”. No Brasil, o mercado acredita que o Banco Central deve manter a taxa Selic em 14,75% ao ano, encerrando o ciclo de altas. Nos Estados Unidos, a expectativa é de que o Federal Reserve também mantenha os juros, atualmente entre 4,25% e 4,50% ao ano.
O cenário interno também pesa nas negociações. A Câmara dos Deputados aprovou, na segunda-feira (16), um pedido de urgência para votar o projeto que derruba o decreto do governo federal sobre o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A medida amplia a crise entre o Executivo e o Congresso, levantando dúvidas sobre o equilíbrio das contas públicas.
Apesar da alta nesta terça-feira, o dólar acumula queda de 0,80% na semana, de 3,84% no mês e de 11,03% no ano. Já o Ibovespa sobe 1,19% na semana, 1,32% no mês e 15,43% no ano.