Uma atividade cultural realizada pelo servidor público Almir Farias da Cunha, que montou uma biblioteca ambulante, em Amambai, completou 3 anos. Tratava-se de um triciclo adaptado, que transportava livros pela cidade, emprestando, doando e recebendo doações.

A inspiração, segundo ele, veio de uma reportagem que assistiu certa vez, na televisão, sobre uma menina que montou uma biblioteca pública, em sua própria casa, no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro. E hoje, segundo conta, ele próprio já inspirou outras iniciativas em Amambai:

“Eu soube que em Amambai já surgiram pelo menos mais duas bibliotecas ambulantes, sendo uma kombi, e outro veículo automotor. Eu acredito que quanto mais pessoas se envolverem em trabalhos voluntários, qualquer que seja, maior será o ganho de toda a sociedade!” Explicou.

O servidor público Almir, autor da ideia, mudou-se para Amambai há 8 anos, para assumir um concurso público, enfrentou muitas dificuldades na cidade, teve depressão, Covid, e depois, ainda enfrentou um câncer, do qual se curou.

“No auge da pandemia eu suspendi as atividades e só retomei depois que o contágio do Corona vírus diminuiu, em decorrência da vacinação tardia, porém massiva da população e do uso de máscaras, mas nunca desisti da minha bicicloteca, a MARITECA!” nome que deu em homenagem à vereadora Marielle Franco, que levantava bandeiras sociais e foi assassinada por milicianos, no Rio de Janeiro.

“Já foram centenas de livros emprestados e doados, e, sobretudo, de algumas amizades conquistadas! Recebi doações da cidade de Dourados, da nossa capital, Campo Grande, de Minas Gerais e de São Paulo”.

Almir destaca ainda, que a MARITECA passou por sucessivas transformações mecânicas, sempre ajudado pelo amigo João Charão, que tem uma bicicletaria em Amambai. Ela já foi bicicleta convencional; depois virou carretinha; triciclo, com duas rodas traseiras, e agora, é um quadriciclo. Adaptações decorrentes das necessidades que foram se apresentando ao longo do tempo.

“Certa vez, eu tomei um tombo! Foi livro pra todo lado. Fiquei todo ralado. Hoje eu até acho engraçado, mas, na hora, levantei-me sentindo dores e muita vergonha. Um pessoal que a tudo assistia não conseguiu conter a risada”.

Em Amambai, a quarta-feira, de 24 de maio, foi feriado, em homenagem à padroeira da cidade, Nossa Senhora Auxiliadora. Almir acordou cedo, equipou a MARITECA e foi pedalar, parando o quadriciclo no Parque da Cidade. Mas, explica que não tem dia certo para sair com a sua biblioteca ambulante, pois a atividade ocorre com mais frequência aos sábados pela manhã e feriados, porque ele trabalha e também realiza outro trabalho voluntário, que já dura há vários anos.

“Eu tenho um pequeno viveiro no meu quintal, onde produzo mudas de árvores frutíferas e ornamentais para doações e plantio em áreas públicas, mas eventualmente faço roteiros alternativos com a MARITECA, durante a semana!”

Almir informa ainda, que está recompondo o seu acervo, pois, já está quase sem livros.

“Apesar de Amambai ser uma cidade pequena, tem gente que mora nos extremos urbanos e, também, na zona rural, tendo dificuldades de locomoção. Então, eu prefiro doar os livros para que possam levar para as suas casas, sem a preocupação de devólve-los. Acho que desta forma, eu estarei estimulando as pessoas a terem o seu próprio acervo e a sua própria biblioteca!”.

Se alguém desejar fazer doações de livros ao Almir, poderá contatá-lo por meio de seu telefone/watsap 67-9-8453-9265.

Fonte: Almir Farias da Cunha