Descoberta pode tornar curáveis alguns dos casos mais graves

Pesquisa científica pode ajudar a enfrentar tumor no cólon e no reto – Foto: ANSA

Um estudo italiano divulgado nesta terça-feira (14) conseguiu descobrir “pontos fracos” de um dos tipos de tumor no cólon, a segunda forma de câncer que mais mata no mundo todo. Com isso, abre-se o caminho para transformar alguns desses casos, que são muito resistentes a tratamentos imunoterápicos, em formas mais vulneráveis e, consequentemente, curáveis.

A pesquisa foi realizada em ratos de laboratório e foi feita em parceria entre a Universidade de Turim e o Instituto Fundação de Oncologia Molecular (Ifom) de Milão, com a contribuição das universidades de Milão e Palermo, o Instituto para o Câncer de Candiolo, o Instituto Nacional Genética Molecular (INGM) e o Asst Grande Hospital Niguarda, ambos de Milão, e a empresa Cogentech.

A imunoterapia é uma opção de tratamento extremamente promissora para muitas patologias causadas por tumores, mas no caso do de cólon e de reto, a sua aplicação é profundamente limitada: cerca de 95% dos casos resultam refratários a esse tipo de cuidado e viram “frios”. Segundo os especialistas, essa rejeição é provavelmente provocada por mecanismos de reparação do próprio DNA.

“Na maior parte dos pacientes, esses mecanismos ainda não funcionaram. Só em 5% dos pacientes o tumor perdeu esse mecanismo e produz as proteínas alteradas que ativam o sistema imunológico”, explica o diretor da pesquisa no Ifom e professor em Turim, Alberto Bardelli, que coordenou o estudo.

Buscando converter os tumores “frios” em “quentes”, os pesquisadores do Ifom, da Universidade de Turim e do Instituto de Candiolo, liderados por Vito Amodio, descobriram que alguns tumores mais resistentes escondem partes vulneráveis.

Utilizando nos ratos a 6—Tioguanina, um remédio já usado no tratamento de algumas leucemias, eles conseguiram alargar as “zonas quentes” desses tumores, que se tornaram tratáveis por imunoterapia.

Agora, os pesquisadores iniciaram uma nova fase para verificar se é possível estender para o corpo humano os resultados obtidos nos animais de teste. Toda a pesquisa foi publicada na revista científica “Cancer Cell”, que dedicou a capa da edição mensal para o estudo italiano.

Da AnsaFlash