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Pesquisadores chamam atenção para prejuízos
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O uso de videogame pode ter um efeito positivo na vida das crianças por serem capazes de aumentar a inteligência, segundo pesquisa publicada na revista Scientific Reports nesta semana.

Ela concluiu que a criança passa em média uma hora jogando videogames e, durante dois anos, os que praticaram por mais tempo apresentaram um aumento de aproximadamente 2,5 pontos de QI maior em relação aos demais. 

No entanto, o hábito de assistir televisão ou a vídeos online, que ocupou cerca de duas horas e meia do dia dos pequenos, além da utilização da rede social, que ocupa cerca de meia hora, não apresentam diferenças significativas no índice de inteligência estipulado pelos cientistas. 

Os pesquisadores chegaram a esta conclusão com análise de dados e condução de testes com 5.347 crianças em dois momentos: quando elas tinham entre 9 e 10 anos e dois anos depois, quando tinham 11 e 12 anos. Foram avaliadas habilidades cognitivas gerais para medir o índice de inteligência, um parâmetro criado pelos pesquisadores. As tarefas envolveram compreensão de leitura e vocabulário, atenção, memória e autocontrole, processamento viso-espacial e aprendizado ao longo de uma série de tentativas. 

As crianças também responderam a um questionário em que relataram o tempo gasto normalmente durante um dia na semana, e um no fim de semana, realizando as seguintes atividades: vendo vídeos online; jogando videogame; utilizando redes sociais; assistindo séries ou filmes; mandando mensagens e realizando videoconferências.

Os responsáveis pelo estudo monitoraram, ainda, as diferenças genéticas que poderiam influenciar o índice de inteligência e os impactos que poderiam estar relacionados à escolaridade e renda dos pais. 

“Nossos resultados apoiam a afirmação de que o tempo de tela geralmente não prejudica as habilidades cognitivas das crianças e que, jogar videogame, pelo contrário, pode contribuir para uma maior inteligência”, afirmou um dos autores da pesquisa e professor de neurociência cognitiva do departamento de Neurociência do Instituto Karolinska, Torjek Klingberg.

Melhora da memória

Um outro estudo publicado na revista científica Frontiers in Human Neuroscience mostrou outro efeito positivo ligado ao videogame e analisou habilidades cognitivas de 27 pessoas com idades entre 18 e 40 anos, com e sem experiência com jogos eletrônicos durante a infância. A conclusão foi de que a prática melhora a memória de trabalho. O impacto pôde ser observado mesmo anos depois. 

“Pessoas que eram jogadores ávidos antes da adolescência, apesar de não jogarem mais, tiveram melhor desempenho nas tarefas de memória de trabalho, que requerem retenção e manipulação mental de informações para obter um resultado”, explicou o pesquisador Marc Palaus. 

Distúrbio de games 

Também foi definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2018, o chamado distúrbio de games como uma doença na versão atualizada da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. De acordo com a definição, o problema é um padrão de comportamento caracterizado pela perda de controle sobre o tempo de jogo, sobre a prioridade dada aos jogos em relação a outras atividades importantes e a decisão de continuar de frente à tela, apesar de consequências negativas. 

Os especialistas defendem que mesmo que os efeitos positivos estejam sendo apontados em estudos, os videogames em excesso trazem danos à socialização, saúde dos olhos e ao desenvolvimento da criança de um modo geral.