O animal responsável pelo ataque fatal a Jorge Ávila, conhecido como Jorginho, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, foi transferido na 4ª feira (14.maio.25) para um mantenedor de fauna em Amparo (SP), após passar 21 dias em reabilitação no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande.

Capturada no dia 24 de abril, a onça-pintada, um macho de cerca de 9 anos, chegou ao Cras pesando 94 kg, abaixo do ideal para a espécie, e deixou o local com 107 kg. Durante o período, passou por exames e recebeu suporte nutricional e tratamento clínico.

“Os primeiros exames deram algumas alterações que eram agudas, mas que ao longo do período foi se tornando estável. O animal ganhou bastante peso, de forma geral evoluiu bem”, explicou a veterinária Aline Duarte, gestora do Hospital Veterinário Ayty e coordenadora do Cras.

O felino foi encaminhado ao Instituto Ampara Animal, que abriga outros oito felinos silvestres em áreas amplas de mata nativa, sem acesso ao público. “Os nossos recintos são todos muito grandes, com grotões de mata nativa, cercados. São o mais próximo possível do que o animal iria encontrar em vida livre”, disse o veterinário Jorge Salomão, responsável técnico da Ampara Silvestre.

Durante o tempo em que esteve no Cras, a onça foi acompanhada diariamente por uma equipe de veterinários especialistas em fauna silvestre do Pantanal. “Foi mais uma boa experiência que o Cras teve, de poder atender adequadamente o animal”, acrescentou Aline.

A captura do animal ocorreu três dias após o ataque a Jorginho, no dia 21 de abril, nas margens do rio Miranda, região do Touro Morto, em Aquidauana. A vítima, de 60 anos, era caseiro de um pesqueiro e desapareceu durante a madrugada. Vestígios de sangue e pegadas levaram à localização do corpo, com marcas de ataque. O animal, considerado velho, doente e desnutrido, foi identificado como o autor do ataque, possivelmente motivado pela condição debilitada.

A onça não será reintroduzida à natureza e permanecerá em cativeiro, sob monitoramento especializado.