event_available 05/06/2025 |
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Município foi selecionado e representou região Centro Oeste no curso “Urgência Climática: implementando soluções em territórios urbanos vulneráveis”, viabilizado pelo Ministério das Cidades para preparar as autoridades para o enfrentamento aos fenômenos naturais

Representantes de várias secretarias municipais participaram do curso sobre urgência climática. Divulgação/Semas
O Município de Dourados, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), foi contemplado para participar do curso “Urgência Climática: implementando soluções em territórios urbanos vulneráveis”, viabilizado por meio do Edital nº 01/2025 do Ministério das Cidades, em parceria com o Instituto Lincoln e apoio da WRI Brasil.
Na lista de municípios suscetíveis à ocorrência de deslizamentos, enxurradas e inundações para serem priorizadas nas ações da União em gestão de risco e desastres naturais constavam 1.942 municípios, sendo 29 de Mato Grosso do Sul. Dentre 56 municípios que se inscreveram para o curso, 10 foram selecionados e Dourados representou a região Centro Oeste.
O curso possibilitou a aquisição de conhecimentos técnicos sobre as questões climáticas, buscando estratégias em nível municipal para a prevenção do agravamento de situações que atingem direta ou indiretamente o município, assim como trouxe conhecimentos que podem ajudar a subsidiar o processo preparatório para situações de emergências e calamidades públicas, no sentido de estruturar os diversos setores para decisões assertivas.
No total foram 16 encontros presenciais que iniciaram no final do mês de abril, no decorrer do mês de maio e encerrou nesta quarta-feira, 4 de junho. Participaram do curso representantes das secretaria municipais de Assistência Social (Semas), de Planejamento (Seplan), de Obras Públicas (Semop), de Desenvolvimento Econômico e Inovação (Semdes), de Governo (Segov) e de Serviços Urbanos (Semsur), além da Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil, Guarda Municipal Ambiental, Instituto do Meio Ambiente (Imam), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul).
Conforme a diretora de Gestão do SUAS da Secretaria Municipal de Assistência Social, Ângela Maria Teixeira, a participação no curso de Urgências Climáticas foi uma experiência transformadora. “Ele nos mostrou, com clareza, que diante das constantes calamidades que nos atingem é impossível atuar de forma isolada. Mais do que nunca, é urgente somarmos esforços entre secretarias, instituições e a sociedade civil para responder de forma eficaz e solidária aos desafios climáticos que se agravam a cada dia”, avaliou.
A diretora acrescentou que “a partir desse entendimento, surgiu a proposta da criação de um Comitê, que será iniciado com este grupo que participou da formação e serão convidados outros segmentos que possam contribuir. Um espaço de diálogo, cooperação e ação, voltado à construção de um município mais resiliente, humano e preparado para o futuro”.
Dourados apresenta um histórico significativo de ocorrências de alagamentos em diversos pontos da cidade. Além disso, em áreas específicas, enxurradas também invadem residências situadas nas chamadas áreas de risco. De acordo com dados da Defesa Civil de Dourados, essas ocorrências estão concentradas, majoritariamente, na sede urbana do município.
Diante desse cenário, torna-se fundamental investir em uma qualificação ampla e integrada dos diferentes setores da sociedade. Tal iniciativa é essencial tanto para a compreensão dos diversos conceitos e termos técnicos relacionados à gestão de riscos e desastres, quanto para a formação de um olhar crítico e sensível sobre as dinâmicas socioespaciais que estruturam a cidade. O pesquisador, mestre e doutorando em Geografia, com foco em estudos de riscos e desastres, que desde 2019 desenvolve pesquisas sobre o município de Dourados, Antonio Idêrlian Pereira de Sousa, avalia que a capacitação da população e dos gestores públicos contribui diretamente para o enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas, além de fortalecer as ações de prevenção, preparação e recuperação frente aos eventos extremos, que se tornam cada vez mais frequentes.


