Roselaine Tavares Gonçalves, de 41 anos, esposa do “pedreiro assassino“, Cleber de Souza Carvalho, de 45 anos, foi absolvida após passar 1 ano e 7 meses presa em razão de apenas ser esposa do homem, que foi condenado ao total de 81 anos de prisão por 7 assassinatos em Mato Grosso do Sul. Roselaine acabou presa pelo envolvimento em uma das mortes, apesar de a Justiça não ter conseguido provar o envolvimento dela. 

Em julgamento que durou aproximadamente 10 horas, na sexta-feira (6.abr.22), o júri presidido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, concluiu que Roselaine era, de fato, inocente.

Segundo a sua defesa, a inocência da mulher era óbvia desde que ela foi presa. “Absolvida! A esposa do “serial killer”! Contra a mídia, contra a opinião pública, contra todos! Esse era o sentimento que a defesa carregava durante esses 2 anos. Sem provas, a ré inocente ficou 1 ano e 7 meses presa em prisão preventiva. Tudo que a defesa pedia era negado e ao nosso ver, sem embasamento. Pedimos de tudo! Reprodução simulada dos fatos para provar a inocência, quebra do sigilo telefônico, entre outros pedidos, todos foram negados! A todo movimento da defesa da inocente a mídia se posicionava de forma pejorativa, como se o objetivo da defesa fosse “livrar a esposa do pedreiro” e não provar a sua inocência! 2 anos depois, em sessão plenária do júri provamos o óbvio, a verdade que ninguém queria ver, a ré, odiada pela mídia e consequentemente pela sociedade, era realmente inocente! E agora? Quem vai devolver os 01 ano e 07 meses da pessoa inocente perdidos em um presídio de segurança máxima?”, questionou o advogado dela, Vinicius Teixeira, num desabafo no Facebook. 

O advogado Vinicius Teixeira, durante trabalho de defesa de Roselaine. Foto: Redes O advogado Vinicius Teixeira, durante trabalho de defesa de Roselaine. Foto: Redes 

Roselaine Gonçalves foi ligada ao assassinato do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos. Além dela, sua filha Yasmin Natasha Gonçalves Carvalho, de 19 anos, foi presa em 15 de maio de 2020, no momento da prisão do pedreiro. No momento da prisão a família estava morando na casa do comerciante para quem o pedreiro prestava serviços. Dias antes do crime, o comerciante o pedreiro acertaram que em troca de uma reforma, Cleber e a família poderiam morar numa casa nos fundos do quintal do comerciante. Apesar do acordo, uma briga durante o trabalho terminou com a morte do comerciante. 

Roselaine durante julgamento na sexta-feira, 6 de abril, em Mato Grosso do Sul. Foto: Reprodução Roselaine durante julgamento na sexta-feira, 6 de abril, em Mato Grosso do Sul. Foto: Reprodução 

Nós mostramos aqui no MS Notícias que, em razão desse crime, a polícia conseguiu prender o pedreiro assassino, em 7 de maio.

O corpo de José foi enterrado no quintal de sua casa, na Rua Antônio Veloso, na Vila Nasser. A polícia disse que ele foi assassinado na madrugada da 6ª-feira (1º.maio.20) para sábado (2.maio.20). No domingo à noite Cleber se mudou para o local com a família. Yasmin confessou ter auxiliado o pai no crime, mas Roselaine disse que não sabia que a filha e o esposo haviam cometido tal crime.  

A FILHA

Yasmin chegou a ficar 4 meses presa, no entanto, a defesa conseguiu provar por meio de laudo médico que a joovem era inimputável. No dia 3 de novembro de 2020, o juiz substituiu a prisão preventiva de Yasmin por recolhimento noturno. A pedido da defesa, ela também passou por exame de insanidade mental. O laudo, feito pela médica psiquiatra Danúbia Sales da Mata, constatou que a jovem é inimputável, ou seja, completamente incapaz de entender o que fazia ao ajudar o pai no assassinato.

A perícia indicou que a jovem possui “retardo mental não especificado e comprometimento significativo do comportamento”. Também atestou que em seu atual estado, Yasmin pode oferecer perigo, se má influenciada, devido ao “seu comportamento e dificuldade de discernimento”. 

Com base no laudo, a defesa tentou anular o depoimento de Yasmin na DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), alegando que ela era incapaz de relatar o que havia acontecido. Pediu a absolvição sumária, a impronúncia, a desclassificação da ocultação de cadáver e por fim, o afastamento das qualificadoras

TODOS OS CRIMES 

Além de José Leonel, Cleber responde pela morte de Timótio Pontes Roman, de 62 anos, José Jesus de Souza, de 45 anos, Roberto Geraldo Clariano, de 50 anos, Hélio Taíra, 74 anos, Flávio Pereira Cece, 34 anos e Claudionor Longo Xavier, de 47 anos.