Em fuga na Europa — como mostramos mais cedo aqui — a deputada federal bolsonarista, Carla Zambelli (PL), disse que ficará no bloco onde já viveu e guarda segredos curiosos. 

Foi revelado em 2019 pela também deputada Joyce Hasselmann (PSDB-SP), durante a CPI das Fake News, que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) perguntou para Hasselmann se Zambelli foi mesmo prostituta no período que viveu na Espanha. “Quem me perguntou na sala do presidente depois de eleito se você tinha sido prostituta na Espanha foi o presidente”, disse Hasselmann. Veja o vídeo:

Após a revelação catastrófica, Zambelli se recolheu, mas diante da grande repercussão da curiosidade do seu passado foi às redes responder, muitos dias depois: “Se eu tivesse sido prostituta, não seria vergonha alguma admitir. Mas fato é que tive uma carreira robusta nas maiores empresas do mundo”, afirmou Zambelli à época. Ela, no entanto, foi eleita no encalço do lema “família…”, então, ter estado em situação de vulnerabilidade no passado que a levou a se prostituir, e se isso fosse revelado, seu eleitorado sumiria. 

Zambelli viveu na Espanha de 2003 até 2006. Ela alega que na época trabalhou com gerente e consultora de projetos em empresas. Entretanto, não há qualquer comprovação da atuação dela na época. 

Nas suas redes sociais, Zambelli disse ter sido cercada por apoiadores de Lula. Era mentira! Foto: Reprodução - Reprodução/DivulgaçãoNas suas redes sociais, Zambelli disse ter sido cercada por apoiadores de Lula. Era mentira! Foto: Reprodução – Reprodução/Divulgação

Inclusive, o alegado passado de Zambelli, fez com que ela perseguisse armada em 2022, às vésperas das eleições, o jornalista Luan Araújo, de 32 anos, após ele dizer a frase “Te amo, espanhola“, em provação a suposta época de prostituição da deputada. Ela reagiu agressivamente, juntamente com seu capanga, perseguindo Luan em via pública no centro de São Paulo e efetuando disparos.

Devido a isso, a deputada foi denunciada e tornou-se ré em 2023 por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Em 21 de março, a plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) começou, o julgamento da ação contra Zambelli. 

O ministro relator Gilmar Mendes, relator do caso votou pela condenação da deputada. Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes acompanharam o relator. Até o momento, o Supremo registrou placar de 6 votos a 0 para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do julgamento.

FUGA APÓS CONDENAÇÃO

Vamos lembrar que Zambelli fugiu para Europa após ser condenada há 10 anos de prisão. A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu que Zambelli e o hacker da “Vaza Jato”, Walter Delgatti Neto, invadiram o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e emitiram um falso mandado de prisão ao ministro do Supremo, Alexandre de Moraes.