Países cobraram mais clareza do bloco sobre eleições em Caracas
Os presidentes do Uruguai e do Paraguai, Luis Lacalle Pou e Mario Abdo Benítez, respectivamente, criticaram nesta quarta-feira (4) a inelegibilidade de oponentes de Nicolás Maduro na Venezuela.
Durante a cúpula do Mercosul em Puerto Iguazú, na Argentina, os dois mandatários expressaram “preocupação” com a situação em Caracas. Além disso, os líderes cobraram uma posição clara do bloco em relação ao tema.
“Todos temos uma opinião clara sobre o regime venezuelano, é necessário sermos objetivos.
Está claro que a Venezuela não vai virar uma democracia saudável, e quando há indícios de uma eleição, uma candidata como María Corina Machado é desqualificada por motivos políticos, não jurídicos”, disse Lacalle Pou.
“Tem que haver um sinal claro para que o povo venezuelano possa se encaminhar a uma democracia plena, o que hoje claramente não tem”, acrescentou.
Abdo Benítez, que deixará em breve a presidência do Paraguai, adotou uma postura semelhante ao de seu homólogo uruguaio.
“Com muita preocupação estamos vendo os últimos acontecimentos na Venezuela. Quando surge um caminho de saída, com a realização de eleições com a oposição, vimos rapidamente ser apagada essa ilusão com a inabilitação de María Corina Machado. É algo que colide de frente e escandalosamente com os direitos humanos”, comentou o paraguaio em seu discurso.
A ex-deputada é atualmente a principal opositora de Maduro, mas ela permanecerá inelegível pelos próximos 15 anos por decisão da Controladoria-Geral de Caracas. Outros possíveis nomes que poderiam bater de frente com o líder venezuelano seriam Henrique Capriles e Juan Guaidó, mas ambos também não disputarão as eleições de 2024.
A Venezuela foi suspensa do Mercosul em 2016 por ter violado as regras do bloco. A Bolívia, por sua vez, se encontra desde 2012 em um processo de adesão.
Da AnsaFlash