A literatura escrita pelos povos indígenas é representativa para a cultura regional e possui características marcantes nas obras de Gleycielli Nonato, mulher indígena do povo guató do Pantanal. Já a literatura de horror é marca registrada do escritor e jornalista Alex Mendes, autor de ‘Cinevil – O terror está em cartaz’ e ‘A lei dos mortos’. Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, há mais de 20 anos o jornal Boca de Rua dá voz aos moradores de rua, por meio de pautas que geralmente não são trabalhadas pela grande mídia. Tudo isso na próxima edição do programa Ler é Viver, que entra na grade da TV ALEMS nesta sexta-feira (4), às 18h15. 

Autora dos livros ‘Vila Pequena – Causos, contos e lorotas’ e ‘Índia do rio’, Gleycielli também é contadora de histórias, comunicadora e atualmente cursa Letras na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ela mora em Coxim e nas publicações conta mais a respeito da história de seu povo e de que forma aconteceu seu contato com a literatura. 


Gleycielli Nonato, mulher indígena guató, é autora de dois livros

(Foto: João Grilo)

O livro de poesias ‘Índia do rio’ foi publicado independentemente em 2013 por incentivo do produtor cultural Wagner Rondora e nele, Gleycielli trabalha com os elementos terra, fogo, água e ar. Publicado em 2017 pela Life Editora, o livro ‘Vila Pequena – Causos, contos e lorotas’ tem como cenário um pequeno vilarejo às margens do rio taquari, configurando numa declaração de amor ao município de Coxim, ao Pantanal e ao seu povo. “Nessa escrita eu brindo os leitores com uma escrita cômica, mística e misteriosa”. 

Convidada pela comissão de organização do Festival de Inverno de Bonito deste ano, Gleycielli participou de um evento literário para discutir a história, memória e oralidade na literatura escrita pelos povos indígenas. Nele também esteve presente o filósofo e escritor Olivio Jekupé, indígena da etnia Guarani, que vive na aldeia Kakane Porã, em Curitiba, no Paraná. Autor de 24 livros, como ‘Ajuda do saci’, ‘A mulher que virou urutau’ e ‘O presente de Jaxy Jatere’, ele participa do programa falando a respeito do festival e das temáticas trabalhadas nas suas publicações. 

Horror – O jornalista Alex Mendes é formado em Jornalismo pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru. Já trabalhou como repórter de jornal impresso, TVs e atualmente é chefe de redação na TV Morena, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso do Sul. É autor dos livros ‘Cinevil – O terror está em cartaz’ e ‘A lei dos mortos’, publicados pela Life Editora, justamente em sextas-feiras 13. 

O pai de Alex contava muitas histórias de terror para ele e os irmãos quando eram crianças e isso os deixava com medo, mas os enredos acabaram causando fascínio no futuro jornalista, que se tornou fã da literatura de horror. Na adolescência, consumiu obras de Stephen King e Peter Straub, e também assistia filmes da franquia ‘Sexta-Feira 13’. 


 Cineasta Cha Dafol é entrevistada sobre o jornal e documentário

(Foto: Osmar Chagas)

Quando mudou para Campo Grande, Alex já tinha escrito, mas não publicado suas duas obras. ‘Cinevil – o terror está em cartaz’ oferece ao leitor uma história ambientada num cinema e se passa no fim dos anos 90 e começo dos anos dois mil, tendo sido publicado em 2020. Já em ‘A lei dos mortos’, um casal assassinado encontra dilema para seguir o caminho pós-morte, numa história que mistura terror, amor e vingança.

A entrevista entre Alex e o jornalista João Humberto, produtor e apresentador do programa, foi gravada no cemitério Santo Antonio, que neste ano celebra 150 anos. No local estão sepultados o fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira, o 36º governador de Mato Grosso, Arnaldo Estêvão de Figueiredo, o primeiro chamamezeiro do Estado, Zé Corrêa, a atriz Glauce Rocha, além de integrantes de famílias tradicionais, como Nasser, Nedes, Martins e Saad. 

Boca de rua – Idealizado pela Agência Livre para a Informação, Cidadania e Educação (Alice), o jornal Boca de Rua dá voz aos moradores de rua, além de escutar outros grupos sociais. A abordagem das matérias é totalmente diferente da que é feita na grande mídia. 

A cineasta, cronista e ativista Cha Dafol conta no Ler é Viver a respeito da publicação que existe há mais de 20 anos em Porto Alegre. Ela é francesa e veio morar no Brasil em 2007, por meio de intercâmbio de um ano, quando conheceu o Boca de Rua, se tornando colaboradora do coletivo Alice. 

Em 2019, dirigiu o longa-metragem ‘De olhos abertos’, que aborda o universo do jornal Boca de Rua. O filme recebeu o prêmio de melhor documentário no Festival Inffinito de Cinema Brasileiro, nos Estados Unidos. 

Ler é Viver – A literatura é uma arte que enriquece a cultura e transforma vidas, além de levar o leitor a viajar por diversos universos. Valorizar a leitura e divulgar ações que dignificam a arte literária são os principais objetivos do programa Ler é Viver.

O programa pode ser conferido na TV ALEMS (canal 9 da NET) nas segundas, às 8h45, terças às 15h15, sextas às 18h15 e domingos às 12h45, no YouTube da Assembleia MS ou no site www.al.ms.gov.br/tvassembleia. 

Acompanhe o programa na íntegra: